Participação feminina na Política

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A Participação da Mulher na Política.

 

Somos quase 53 % do eleitorado feminino no município de Ilhéus e temos apenas 02 mulheres ocupando as 21 cadeiras do legislativo. Pasmem! Um número insignificante e que sem dúvida não nos representa.

E quando se fala em participação da mulher na política se pensa exclusivamente em mulheres eleitas, contudo, a participação da mulher se dá,  não somente pelo  número de mulheres eleitas; mas pela atuação política delas.

Há várias formas de atuação das mulheres no mundo político. Elas são assessoras de homens eleitos, estrategistas, consultoras, coordenadoras, dirigentes partidárias e muitas ocupam cargos na gestão pública.

É importante observar que as mulheres têm se destacado como gestoras, empreendedoras, ativistas, lideres comunitárias e religiosas. E não será diferente na política. Elas irão se destacar cada vez mais.

Em nosso município, pode-se afirmar que ainda é necessária uma maior participação, os dados trazem essa certeza, vejam das 466 candidaturas ao legislativo municipal em 2020, 149 foram de mulheres e apenas 02 foram eleitas. Atualmente dos 24 órgãos partidários que existem na cidade, apenas 05 tem mulheres como dirigentes.

Estimasse que nas eleições deste ano um número maior de mulheres se tornem candidatas a uma vaga na casa legislativa, outro dado relevante é que nas últimas eleições pelo menos houve uma candidatura feminina ao executivo municipal. A previsão é que em 2024 tenhamos 02 candidatas ao executivo.  No entanto, é comum a desistência destas candidaturas femininas, quando se chega mais perto do pleito.

“A cena política é organizada para uma sistemática masculina. Como as mulheres não se enquadram nessas lógicas, são desestimuladas a serem protagonistas na cena política. ”

A frase da professora Luciana Panke que é pós doutora   em Comunicação Política e doutora em Ciências da Comunicação, líder do grupo de pesquisa Comunicação Eleitoral traz à percepção da realidade que enfrentamos hoje.

Para ingressar na Política é preciso ter coragem, planejar uma campanha política não é tarefa fácil, e se não tem formação política e conhecimento para o enfrentamento da campanha e do cargo político que pretende ocupar a mulher fica ainda mais vulnerável.  Por isso acredito que as candidaturas femininas precisam ser trabalhadas a longo prazo. A mulher antes de tudo deve se preparar, buscar conhecimento e saber em que terreno político está pisando.

A renovação política virá através da efetiva participação das mulheres na política, mas também da mudança de comportamento dos homens que se encontram neste universo. E para que a mulher participe da política de forma apropriada é imprescindível que ela esteja ao lado de homens que tenham sensibilidade e deem a importância devida a mulher.

Não se trata apenas de colocar a mulher para concorrer um cargo eletivo, trata-se de reconhecer uma candidatura que atenda o anseio do povo, de uma mulher que tenha ligação com esse mesmo povo, que tenha uma trajetória na cidade e que seja uma referência para o ilheense.

Algumas candidaturas femininas são fantoches para não usar o termo laranjas . Os homens  homens usam para ludibriar o eleitor, se dizem diferentes por serem mulheres e utilizam deste fato para alçar um poder e dá-lo aos homens que as cercam. Isso é usar a mulher como uma ferramenta eleitoral, é dá a ela a conotação de objeto.  Não se deixem usar. Não se deixem enganar. Há poucas mulheres na gestão municipal atual

A mudança de verdade depende de nós.